Crise hídrica no Brasil e a necessidade de construir um país com base na sustentabilidade
Uma das principais questões travadas nos congressos, ONG's e encontros internacionais refere-se a escassez de ÁGUA potável, diante das ações humanas o acesso a esse recurso tornou-se uma problemática.
Solo rachado, racionamento de água, escassez de chuva e carros pipa há alguns anos atrás, tudo isso remetia exclusivamente ao nordeste brasileiro, uma visão extremamente estereotipada, porém a crise hídrica evidenciou diversos problemas e a necessidade em desenvolver alternativas energéticas renováveis. Mais de 1 bilhão de pessoas no mundo são atingidas diretamente pela escassez de água, sobrevivendo sem a quantidade necessária para garantir o básico. Um fenômeno local e global que é agravado pelas mudanças climáticas e pincipalmente pela ineficácia de políticas públicas e do descumprimento de acordos internacionais.
Diante de fatores naturais e ao lado de problemas estruturais, historicamente algumas localidades da região nordeste já vivenciaram períodos terríveis de seca. Existem fenômenos naturais que podem intensificar a seca no nordeste sendo a temperatura da água no Oceano Atlântico que pode alterar a Zona de Convergência intertropical (ZCIT) e o El Niño que ocorre a cada dois ou sete anos e pode durar por dois anos, e acontece por conta de mudanças na temperatura nas águas do Oceano Pacífico.
A literatura e a arte podem possibilitar uma aproximação na compreensão dessa realidade no nordeste brasileiro, através de obras como;
- Vidas Secas de Graciliano Ramos;
- Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto;
- O Quinze de Rachel de Queiroz;
- Os poemas de Antônio Gonçalves da Silva (Patativa do Assaré
- Os Sertões de Euclides da Cunha;
- Algumas obras de Cândido Portinari;
- Algumas músicas de Luiz Gonzaga.
A causa da escassez na região sul não está relacionada unicamente a quantidade ou a fatores naturais, e sim, ao mau gerenciamento no abastecimento e falta de manutenção na rede de distribuição. Dessa forma colaboram para a poluição e desperdício da água. Diante da extensão populacional, da poluição e do desperdício os mananciais próximos às cidades não tem sido suficientes e assim precisam consumir a água de outras bacias hidrográficas. No entanto, este ciclo de consumo elevado, poluição e desperdício tem provocado períodos de estiagem mais longos e a racionalização do consumo no uso doméstico.
É de conhecimento geral que a água é um recurso essencial na manutenção da vida, sobre essa questão, é preciso pontuar essa distribuição no consumo, na qual 70% da água potável no planeta é consumida pela agropecuária, a indústria consome 22% e o uso doméstico fica com 8%.
De acordo com o ISA (Instituto Socioambiental) o volume de água desperdiçada durante o percurso de sua distribuição poderia suprir 38 milhões de pessoas. Por traz desse desperdício está a junção de graves problemas: o crescimento desordenado urbano e a precária manutenção de uma rede de abastecimento que não acompanhou esse crescimento desenfreado.
Apesar da Amazônia ter o maior potencial hídrico e ser propício a construção de represas, esses fatores não deveriam ser determinantes, pois deve-se considerar os impactos socioambientais, por exemplo, o desvio do curso natural dos rios e o desalojamento de ribeirinhos e indígenas que ali vivem.
As usinas de energia solar e eólica possuem impacto ambiental mínimo e estão de acordo com o desenvolvimento sustentável, na qual deve satisfazer as gerações atuais sem comprometer as gerações futuras, nesse sentido as fontes de energia limpa não estão na Amazônia, e sim do nordeste. Pois, esta região tem grande incidência solar e abundância na disponibilidade dos ventos, sendo propícia a implantação das usinas solar e eólica.
Deve haver uma mudança nos projetos do Ministério de Minas e Energia, na geração de energia, deve-se adotar a região nordeste como fornecedora da energia necessária a todo o território nacional. Assim o governo deve promover o financiamento nas universidades de pesquisas comas usinas solar e eólica.
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REFERÊNCIAS
Relatório mundial das Nações Unidas sobre desenvolvimento dos recursos hídricos 2021: o valor da água; fatos e dados. Disponível em; https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000375751_por
Teleconferência: Água: consumo e escassez. Disponível em; https://acervo.socioambiental.org/acervo/noticias/teleconferencia-agua-consumo-e-escassez