A importância dos movimentos feministas

Patriarcado, machismo, misoginia, equidade de gênero e feminismos o que esses conceitos significam? Entender o que cada um expressa é a etapa inicial para alcançar uma sociedade mais justa no campo das relações entre homens e mulheres

A importância dos movimentos feministas
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A construção de uma sociedade fundamentada na equidade de gênero é uma necessidade, não trata-se de benefícios direcionados apenas ao sexo feminino e sim, diz respeito a um movimento político que visa ultrapassar os problemas que o machismo, o patriarcado e a misoginia ocasionam nas relações entre homens e mulheres. É claro, que o sexo feminino ocupa um lugar de desvantagem em muitos aspectos, ser mulher é crescer com o medo da violência, do julgamento, da escolha entre uma vida profissional ou da criação dos filhos, viver com a sobrecarga mental pela responsabilidade do cuidado, das tarefas domésticas e receber menos por ser mulher.

Este é o ponto crucial nos debates sobre feminismo, o enquadramento que uma mulher sofre por ser uma mulher. Suas escolhas profissionais, comportamento, vestimenta e posicionamentos devem exalar aquilo que uma sociedade machista e patriarcal entende como aceitável para uma mulher. Pode parecer inofensivo, mas sempre que você ouvir ou pensar que tal atitude ou comportamento deve estar de acordo com a "natureza feminina" desconfie! Pois, geralmente essa suposta natureza significa limitar e desvalorizar uma mulher nas suas ações. 

Mas afinal de contas, o que são os movimentos feministas?

Trata-se de um conjunto de movimentos políticos e sociais, com a premissa se ideologias, teorias e filosofias que têm como objetivo comum: direitos igualitários entre homens e mulheres e principalmente alcançar a superação dos estereótipos que desqualificam o feminino. 

Por isso, é importante desenvolver meios para viabilizarem a equidade de gênero, construir uma sociedade que não sobrepõe homens e mulheres e alimenta problemas sociais complexos como por exemplo, a violência e o feminicídio. Porém, é importante traçar uma perspectiva explicativa de conceitos extremamente relevantes na compreensão do que é equidade de gênero, assim partiremos para uma breve descrição de palavras com significados importantíssimos no movimento feminista, seguido por exemplos do que elas significam:

Sexo: categorização biológica que diferencia o feminino e o masculino;

Gênero: construção social dos papeis que homens e mulheres devem desempenhar, a partir do sexo;

Exemplo:  “Os homens devem exercer uma profissão e garantir o sustento da família, as mulheres devem cuidar da casa e dos filhos”

Patriarcado: uma criação social, cultural e histórica de homens e mulheres, a família é o núcleo e o homem é a figura centralizadora de poder exercido sob as mulheres, trata-se de um sistema político;

Exemplo: “Os homens assumem cargos de comando e chefia por conta da sua natureza objetiva e controlada”

Machismo: expressão da masculinidade exagerada e negação dos direitos igualitários entre os sexos;

Exemplo: “Não é justo que o homem divida seus bens no divórcio, pois apenas ele trabalhou durante os 30 anos de casamento,  enquanto a esposa ficava só em casa”

Misoginia: aversão e repulsa às mulheres.

Exemplo: “É complicado contratar mulheres, elas ficam de TPM, precisam se ausentar quando engravidam e ao retornarem do período de licença maternidade, não são mais as mesmas”

Você pode até pensar que todas essas frases são normais, porém isso é o resultado de uma sociedade estruturada a partir do patriarcado, machismo e misoginia que naturalizou a desqualificação da mulher e de tudo que pertence as suas características. Colocar estes exemplos como normais alimenta um ciclo de desigualdade e violência entre homens e mulheres, assim os movimentos feministas buscam transformar essas estruturas para assim alcançar a equidade de gênero.

Com base nas teóricas do movimento feminista, os conceitos destacados aqui são construções sociais e não naturais, por isso podem ser transformadas o que não é fácil, pois envolve a participação de mais mulheres alinhadas a busca pela equidade de gênero no campo político. A partir dele, do exercício político das mulheres, será possível avançar em políticas públicas direcionadas a equidade de gênero entre homens e mulheres na educação, na saúde, no trabalho e na sociedade como um todo.

Para mais informações copie as referências desse texto, são livros e artigos sobre os temas tratados aqui.  

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REFERÊNCIAS

Dicionário crítico do feminismo / Helena Hirata... [et al.] (orgs.). – São Paulo: Editora UNESP, 2009.

FEDERICI, Silvia. O patriarcado do salário: notas sobre Marx, gênero e feminismo, volume 1/ Silvia Federici; tradução Heci Regina Candiani.- 1. ed. – São Paulo: Boitempo, 2021.

História das mulheres no Brasil / Mary Del Priore (org.); Carla  Bassanezi Pinsky (coord. De textos). – 10. ed., 6ª reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2018.   

LERNER, Gerda, 1920-2013. A criação do patriarcado: história da opressão das mulheres pelos homens / Gerda Lerner; tradução Luiza Sellera.- São Paulo: Cultrix, 2019.

PERROT, Michelle. Minha história das mulheres / [tradução Angela M. S. Corrêa]. – 2. ed., 5ª reimpressão.- São Paulo: Contexto, 2017.

SAFFIOTI, Heleieth. Gênero patriarcado violência/. Heleieth Iara Bongiovani Saffioti.—2.ed.- São Paulo: Expressão Popular: Fundação Perseu Abramo, 2015.