Pat Benatar, a primeira mulher rockeira a tocar na MTV

Pat Benatar fala sobre as lutas que enfrentou como uma mulher entrando no mundo da música no documentário da Epix, "Women Who Rock".

Pat Benatar, a primeira mulher rockeira a tocar na MTV
Divulgação

Quando Pat Benatar assistiu ao documentário de Billie Eilish, “The World's a Little Blurry”, ela ficou impressionada com o progresso feito pelas jovens cantoras.

“Provavelmente nunca ocorreu (Billie) que ela não poderia fazer isso ou aquilo outro. E isso é incrível”, diz Benatar. 

Benatar tece esses e outros comentários na série documental “Women Who Rock” da Epix, que vai ao ar neste próximo domingo (24). 

Acompanhada por um desfile de beldades musicais que abrangem o gênero, incluindo Shania Twain, Macy Gray, Sheryl Crow e St. Vincent, que também afirmam comentários incisivos sobre a tremenda força feita na indústria da música sobre a dominação masculina. 

Aos 69 anos, mais de 40 anos de carreira, e mesmo com todo o sexismo, Pat Benatar permanece firme em sua postura rockeira de ser. A veterana do rock lançou o seu álbum de estreia “In the Heat of the Night” em 1979 –  versando navegar nos campos minados da discussão de gênero.

Ela que foi a primeira artista feminina tocada na MTV ( com a música “You Better Run” ), infelizmente, mais por sorte do que por incentivo. Carrega na bagagem sete discos de platina e três álbuns de ouro, bem como 19 músicas no Top 40. Mesmo que tardiamente, a cantora foi indicada para o Hall da Fama do Rock and Roll em 2004. Sua música "Love is a Battlefield" foi um hino adolescente em 1983, que embala até hoje as baladas de todo mundo.



Mas depois de 11 álbuns de estúdio, uma coleção de sucessos co- produzidos com o marido, o guitarrista Neil Giraldo e a iminente entrada no Rock & Roll Hall of Fame, Benatar ainda está de pé com um sorriso desafiador.

Cheia de novidades, ela e Giraldo estão prestes a lançar o musical “Invincible” – utilizando suas canções e se baseando no épico “Romeu & Julieta" de Shakespeare – em novembro. 

Em entrevista ao Portal USA Today, Benatar falou sobre a misoginia que ela experimentou ao longo de sua carreira.

Confira abaixo trechos da entrevista: 

Neil Giraldo e Pat Benatar estão casados ​​desde 1982 e têm duas filhas.

No documentário, você menciona os inúmeros obstáculos que enfrentou. Qual foi a parte mais difícil de entrar na indústria da música?

Pat Benatar: Eu cresci em uma casa muito feminina. Então, minha experiência foi que não havia diferença entre homens e mulheres. Quando cheguei ao mundo, nada foi mais chocante para mim do que ver que isso não era exatamente verdade. As pessoas estavam dando tapinhas na sua cabeça, mas eles não queriam dizer isso; eles estavam mentindo. Era irritante. 


 E quando você decidiu ter filhos? (Benatar e Giraldo têm duas filhas.) Você sentiu que isso atrapalharia sua carreira?

Benatar: Eu estava loucamente apaixonada por Neil e queria ter um bebê e pensei, vamos dar um jeito. A realidade disso era assustadora. Não houve ajuda da gravadora e da equipe de gestão. Eles estavam absolutamente furiosos porque eu engravidei. Meu empresário disse: “Por que você faria algo assim?” Eu sabia que a misoginia estava lá, mas quando isso aconteceu ficou incrivelmente claro. Mudou tudo para mim. Eu me tornei muito, muito feroz.



Quando você vê alguns de seus colegas ainda em turnê – como Joan Jett e Debbie Harry – você sente uma sensação de irmandade?

Benatar: Definitivamente agora sim. Mas foi muito triste quando estávamos fazendo isso no passado. Deb e eu éramos conhecidas  como companheiras de gravadora, mas a competição era muito forte. As pessoas que dirigiam o barco realmente colocavam umas contra as outras artisticamente. Foi realmente doentio. Nós nunca tivemos a oportunidade de (celebrar outras artistas femininas) até a Lilith Fair.